terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Queima em Resende Costa no ateliê Ricardo Lemos




fotos e texto: gabriel rufo


            A queima das cerâmicas aconteceu em Resende Costa, uma cidade no campo das vertentes, Minas Gerais, com uma grande produção artesanal em tear, esse local se destaca de maneira muito particular, mas, formando junto com Prados, Lagoa Dourada, Coronel Xavier Chaves, Vila Santa Cruz, São João Del Rei e Tiradentes, um dos maiores polos de produção artesanal do país, lugares que apresentam uma produção específica. O ateliê Ricardo Lemos, foi o local desse encontro, proposto pelo próprio artista e aceito pelo professor de técnicas de queima Daniel Ferreira. É interessante, pois fiquei com a esperança, que existe a possibilidade de se construir um forno de alta temperatura com um custo baixo, pois o forno passou de 800 graus. Durante a queima no forno de barranco, fomos identificando alguns problemas, ou melhor, coisas para se ajeitar com o intuito de aumentar a temperatura dentro do forno. O mesmo foi escavado no barranco, sendo fechado com adobes e pedaços de cupinzeiro. Esteticamente ficou lindo, com uma porta de ferro e chaminé de manilha de cerâmica, aliás a mesma minúcia que foi empenhada na construção do forno se mostra no ateliê, um espaço super arejado e confortável, com um bela vista, espaços para modelagem e torno. Com o ateliê e o forno a disposição dos alunos do Curso de Artes Aplicadas em Cerâmica e a mobilha cedida pelo coordenador do curso Kleber Silva, iniciamos essa queima e ao mesmo tempo aula.
             Uma das coisa observadas, foi que a área interna do forno é muito grande, e as peças disponibilizadas para queima não foram o suficiente para encher o forno, isso contribui para a perda de calor, pois se o forno estivesse cheio uma vez que as peças atingiram uma determinada temperatura, isso mantém o calor no interior do forno. Outro problema observado, e acredito que o principal, é o fato que a grelha de colocar lenha ter um espaçamento muito largo, possibilitando o entupimento do braseiro, e assim, dificultando a entrada de ar e impedindo o aumento da temperatura. Segundo o professor Kleber Silva, uma outra questão que já foi resolvida dias depois da queima, é a chaminé de tiro direto, ou seja em cima da câmara, escoando rapidamente o calor e gastando mais lenha para se obter uma certa temperatura. A queima à lenha é realmente um acontecimento, pois exige muito trabalho, desde preparar a lenha, colocar as peças no forno e manter o abastecimento de lenha que é constante, sempre observando o gráfico de queima, ou seja, regulando a lenha e assim, mantendo a temperatura com a ajuda de um termopar. Isso funciona muito bem em grupo. Depois de algumas mudanças no forno como a construção de uma nova chaminé de tijolos, e uma nova grelha para o braseiro, o forno promete chegar em alta temperatura. Uma nova queima já esta agendada e promete surpreender as nossas expectativas.

"Agradecemos aos professores Kleber Silva e Daniel Ferreira, por todas as orientações, e ao nosso amigo gentil Ricardo Lemos, por abrir as portas de seu ateliê e nos receber tão bem."











































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