terça-feira, 9 de abril de 2013

O Peixe- Entrevista com o Ceramista e Arquiteto Alberto Cidraes

pratos em cerâmica: Alberto Cidraes
texto e entrevista: Gabriel Rufo

O Peixe

                É certo que peixes pequenos mirem nos peixes grandes, para aprender a nadar ou simplesmente para despertar potencialidades.
                Artista itinerante, com um movimento que é refletido em sua obra. Entre o primitivo e o moderno, apenas entendemos o espaço que ele ocupa, o espaço do movimento constante, por isso é tão difícil respostas, pois essas, mudam com o movimento.
                Homem do mundo e dos tempos, que ao seu tempo, esse mesmo, construiu um templo que podemos tocar com as mãos, é claro que tentamos entender o que se estar a criar dentro dessa permanência criativa, mas apenas somos tocados por esse mestre, educador e construtor de mestres. Em seu trabalho, entidades brotam, e essas sim, já possuem um lugar fixo. Pedestais, tronos, portadas, jardins e a memória de quem mira. Definir a sua obra é como definir a própria memória. Que tempo é esse? simplesmente é o tempo do movimento de criar.

O que pensa sobre o olhar do público em relação a sua cerâmica? 
Total incompreensão ou total empatia.

Qual das técnicas em cerâmica você prefere? 
Baixa tecnologia, a mão e o barro.

Quais desenvolve, hoje, com mais precisão?
Modelagem livre e desenho em sgrafito.

O que pensa da arte como forma de expressão?
Tem que ser revolucionária.

O que pensa da arte como forma de sobrevivência?
Tem que encontrar seu consumidor natural.

O que pensa da arte como valor de moeda? 
Pode ser um produto para especulação quando o artista consegue se tornar um mito através de um bom marketing.

Sua arte preocupa-se com questões sócio-políticas?
Não, mais filosóficas e espirituais, pois o buraco é mais em cima.

A arte inserida em um contexto sociológico é arte engajada?
Acho que sim.

Quais as principais influências em sua produção artística?
Étnicas, históricas mas num contexto abstrato. Surrealismo Antropológico?

Como se dá o seu processo criativo? 
Espontaneamente.

Você considera o temário de seu trabalho interiorizações ou a exteriorizações da arte?
É uma exteriorização que nasce de muitas interiorizações.

Por que produzir?
É uma necessidade inexplicável.

No que isso melhora sua existência? 
Um diálogo comigo mesmo conectando vários momentos.

Fale de suas formas de expressão.
Não sou um devoto da contemporaneidade, nem um émulo da tradição, gostaria de produzir atemporalidade, de criar dificuldade na datação de meu trabalho daqui a 10000 anos.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Nota cinco é a nota máxima.

foto: gabriel rufo /  mascara de cerâmica: carlos calsavara
 
Avaliação do MEC

Entre os dias 25 e 27 de fevereiro a Universidade Federal de São João del-Rei (MG) e a coordenação do Bacharelado em Artes Aplicadas: Ênfase em Cerâmica composta pelo coordenador Kleber Silva e pela vice-coordenadora Zandra Miranda, receberam a comissão do MEC para a avaliação de credenciamento do curso. O resultado foi divulgado no dia 04 de março e a proposta inovadora no cenário nacional foi avaliada com nota 5, ou seja, conceito máximo na escala adotada pelo Ministério da Educação.
Para a atual coordenação “o grande diferencial do Bacharelado em Artes Aplicadas é reunir numa mesma grade curricular aspectos técnico-científicos e artístico-culturais, o que permite uma condição singular para que o futuro egresso possa construir sua autonomia profissional, gerindo seu próprio ateliê de cerâmica artístico-artesanal ou uma pequena cooperativa cerâmica, já que o curso oferece também um Núcleo de Gestão e Empreendedorismo.”

Para o professor Ricardo Coelho, a revisão do Projeto Pedagógico aprovada oficialmente no inicio de 2011 foi determinante para o credenciamento do Curso com a nota máxima. “Essa nota não deve nos deixar acomodados, sabemos que há problemas, temos consciência que nosso curso está distante do ideal e isso se evidencia, novamente, pelas avaliações semestrais dos nossos alunos. Por outro lado essa nota serve para indicar que estamos no caminho certo, além é claro de comprovar a relevância do projeto para a cidade de São João del-Rei e região”.

Lúcia Ficta de Veras – crítica de arte e jornalista
 

Mais informações sobre o curso no site www.ufsj.edu.br/artes  www.ceramicaufsj.blogspot.com.br

Essa nota também foi publicada no site www.vertentecultural.com.br

































quinta-feira, 21 de março de 2013

Semana Santa em Prados

fotos e textos: gabriel rufo
                A igreja estava sendo restaurada, e as peças, guardadas em um corredor fechado com chave, dessas antigas e grandes. Quase tudo estava ali, inclusive o famoso São Miguel Arcanjo, ao alcance das mãos sedentas e curiosas. Não tocamos em nada, nem mesmo nos tecidos. Quem somos nós para tocar os santos, basta olhar de perto.
                Depois de um tempo refletindo, me lembrei de uma discussão calorosa com um amigo, sobre o uso de imagens em aulas de História da Arte. É certo que temos tudo quanto é porcaria no mundo a disposição de quem queira, mas, e a cultura que é negada, aquele material didático. O argumento dele foi o seguinte "não tenho autorização para disponibilizar essas fotos". Apenas queremos ver e estudar, apreciar o trabalho dos mestres do Barroco Mineiro, já não basta aquele discurso do padre, "não devemos entrar em uma igreja, como se entra em um museu". Isso é engraçado, pois, roubaram em Prados, a portada da igreja do Livramento. O fato é que, a igreja não consegue proteger o seu patrimônio, será que é falta de dinheiro, será que algum aluno roubou a portada da igreja, para estudar de perto.
                Sabemos que os santos devem ficar acima de nossas cabeças, porém, foi maravilhoso apreciar de perto e de cima para baixo, aquelas maravilhas da Arte, nossa Arte, nossa cultura e portanto nosso material didático. Assim, sabemos quem somos.
 
igreja matriz de nossa senhora da conceição


professora letícia de andrade